Apenas uma Despedida.
Mãe: NomePai!! VOCÊ NÃO PODE LEVAR A MINHA FILHA DE MIM, VOCÊ NÃO PODE E NÃO VAI.
Pai: NomeMãe a guarda dela é minha, e você acha que eu queria isso? Não queria não,
eu sei como você é, sei que esta magoada ainda, que não superou nada, eu te
conheço, mas a culpa não é minha, nunca que eu iria fazer algo para magoar as
duas, principalmente a SeuNome só que o meu chefe esta passando a empresa quase
toda para lá e eu tenho que ir, se não eu vou perder meu emprego, você sabe o
quanto eu batalhei pra conseguir esse emprego, você sabe disso!
Mãe: NomePai é minha filha! Você não pode tirar ela de mim assim.
Pai: Sinto muito, mas eu estou de mãos atadas. Não é minha culpa, só peço que
entenda...
Mãe: Eu não posso ficar sem a minha filha... –minha mãe estava chorando, mas é
claro. Eu iria embora com o meu pai, assim do nada, é muita coisa pra uma
pessoa. É muita pressão.
Eu: Eu vou ficar bem mãe, eu junto dinheiro e venho pra cá nas férias, ou você
mesma pode ir pra lá, né pai?
Pai: É... claro, claro que pode –meu pai dizia
Eu: Mãe, vai ficar tudo bem, eu prometo.
Mãe: Claro que não vai, você vai embora minha filha, entenda isso. Embora. Para
outro país, sabe o quão ruim é isso?
Eu: Mãe, eu sei, eu também agi assim como a senhora, mas é o trabalho do meu pai e
eu não posso deixar ele perder isso, tudo que ele lutou pra conseguir. Eu venho
te visitar sim, dia das mães, férias eu junto todo o dinheiro que for possível
pra vir te ver.
Mãe: Ai meu Deus... –ela me abraçou tão forte como se nunca fosse me ver, mas
é claro que ela iria– Você não pode levar ela assim... Eu não acredito nisso.
Pai: Só quero que entenda que a culpa não é minha... –meu pai disse triste e saiu
pela porta da sala–
Eu: Mãe, calma ta?
Mãe: Não tem como SeuNome, você não entende?
Eu: MÃE! Você que não esta entendendo, é o trabalho dele, ele não queria, ta sendo
difícil pra todo mundo, ainda mais pra mim. Por favor, eu quero que você
entenda.
Mãe: Mas você também precisa me entender SeuNome, você é minha filha, eu quero ficar
ao seu lado sempre e aqui o que me impedia era alguns minutos até o apartamento
do seu pai e quando for para Londres? O que vai me impedir vai ser outro pais,
um avião, horas de viagens, um oceano, muitas coisas, muitas barreiras.
Eu: Mas nada com que você se preocupe, mãe. Eu vou estar sempre te ligando, não
importa.
Mãe: Ai meu Deus, eu não acredito nisso! NÃO ACREDITO!
Eu: MÃE! MÃE! PARA COM ISSO, PELO AMOR DE DEUS. ENTENDE O MEU PAI, ENTENDE O MEU
PAI, CARA.
Mãe: Eu to tentando... Você acha que é fácil?
Eu: Não, não é fácil, mãe. Eu sei, olha pra mim, olha a minha vida, meus pais se
separaram, meu pai ganhou a minha guarda e agora eu vou pra Londres.
Mãe: Desculpa minha filha... –ela me abraçou– Eu sei que você vai fazer o
possível... –ela começou a chorar– para me fazer uma ligação ou ao menos vir
me ver...
Eu: Claro mãe, sempre. Não se preocupe com isso. -ela me abraçou-
***
Pai: Eai, já acabou de arrumar suas malas? -meu pai perguntou entrando no meu pequeno, humilde e velho quarto-
Eu: Pai, você não acha que é muita coisa não? Se eu não me engano, só pode levar,
sei lá 5kg.
Pai: Nós vamos pela empresa do meu chefe, ele disse que conseguiu que nós levássemos
levar todas as coisas, fica melhor, já que vou a trabalho e vamos morar lá,
precisamos de tudo.
Eu: Ata, entendi. Ok, então.
Pai: Depois eu te levo na NomeAmiga.
Eu: Ah... tudo bem. -repondi sem nenhum humor, não queria mesmo dizer adeus-
Pai: Vou acabar de arrumar as minhas coisas.
Eu: Ok pai.
Meu
pai saiu do meu quarto e cada vez que eu ia retirando as coisas do meu armário,
cada vez parecia mais vazio e vazio e vazio, até ficar sem nada. Peguei umas
caixas e coloquei coisas materiais que eu queria levar, como porta retratos e
outras coisas, queria lembranças daqui, já que não sei se volto. Coloquei tudo
dentro das caixas e o quarto ficou tão... vazio. Ai... Passei 1 hora só
arrumando aquilo tudo e já deixei minha roupa separada pra amanhã também.
Depois fiquei apenas olhando e observando o quarto e o quão triste era olhá-lo
sem ter nada, apenas uma cama e um armário vazio e minha escrivania, porém fui
interrompida nos meus pensamentos pelo meu pai.
Pai: Ei, vamos lá?
Eu: Ah sim, vamos. Vou pegar meu celular.
Pai: Ok, te espero lá no carro.
Eu: Ta bem. –Meu pai desceu e... PUTA QUE PARIU, ONDE FOI PARAR O MEU CELULAR????
Que merda mano, será que eu empacotei, não, não, não, não é possível. Eu devo
ter tacado catarro na cruz, porque... que bosta!! Ai meu paizinho, acha, acha,
acha, ach... ah não é ele. Ouvi a buzina do meu pai lá de baixo e fiquei mais
desesperada corri pra sala pra pegar o telefone pra ligar pro meu, porém
lembrei que meu pai tinha pedido pra fechar a linha, voltei pro meu quarto
correndo igual um rinoceronte e achei meu celular de baixo da cama. Ufa! Peguei
a chave, fechei a porta e fui pela escada mesmo, correndo e quase caindo.
Sentei no banco da frente e bati a porta do carro.
Pai: O que você tava fazendo?
Eu: Procurando o celular –sorri-
Pai: Ata. Mais que demora!
Fomos
conversando o caminho inteiro até a casa da NomeAmiga e quando chegamos lá
estava ela e meus amigos no portão me esperando, que saudades que eu vou ter
disso, meu... eu já estou com saudades, na verdade. Eles estavam sempre comigo
e é muito ruim ter que deixar essa minha família.
Eu: Ai gente... o que é isso? –meu olhos se encheram de lagrimas rápido
Amiga: O que você acha lesada? UMA FESTA DE DESPEDIDA! Seu pai me avisou disso tudo e que você ja estaria indo embora, foi tudo muito rápido e é o minimo que nós podemos fazer –ela falou como se fosse
obvio-
Eu: Ai não acredito... – nos abraçamos em um abraço coletivo e depois falei pro meu
pai que ele poderia me buscar depois porque hoje era meu dia de curtir, meu dia
de despedida, meu dia...
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